Por mais que a gravidez seja celebrada como um dos momentos mais mágicos da vida, ela também é um convite profundo à vulnerabilidade.
O corpo muda, a mente se transforma, e a mulher, especialmente a de primeira viagem, se vê mergulhando em experiências nunca antes experienciadas. E nesse turbilhão de emoções, onde fica a intimidade do casal?
Quando falamos de sexualidade, é comum que o foco vá direto para o ato sexual. Mas a sexualidade é um universo muito mais amplo, ela envolve toque, afeto, escuta, presença, desejo e até silêncio compartilhado.
É sobre se sentir vista, desejada, respeitada. E isso pode (e deve) continuar existindo mesmo quando o sexo muda de ritmo ou pausa por completo.
Durante a gestação, o corpo da mulher passa por alterações hormonais intensas. Os níveis de estrogênio e progesterona sobem, provocando flutuações de humor, sensibilidade emocional e até mudanças na libido. Algumas mulheres sentem-se mais conectadas ao próprio corpo, outras se distanciam dele. E tudo bem.
A chave está em entender que a intimidade pode se expressar de outras formas. A mulher que antes se reconhecia como parceira, profissional, amiga, amante… agora se vê como mãe. E essa mudança de papel pode gerar uma sensação de perda de identidade.
É comum que o foco vá todo para o bebê e que a mulher se sinta invisível, menos desejada ou até desconectada de si mesma.
Mas é justamente nesse momento que a intimidade precisa ser cultivada com mais carinho. Um abraço demorado, um elogio sincero, uma conversa sem pressa sobre medos e desejos, tudo isso é sexualidade, é conexão.
Segundo especialistas, o diálogo aberto é um dos pilares para manter a intimidade durante a gravidez. Falar sobre o que está sentindo, sem filtros, sem vergonha, cria espaço para que o parceiro também se abra. E quando há escuta verdadeira, nasce cumplicidade. E acredite, cumplicidade é sexy.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 10% das gestantes em países de alta renda enfrentam distúrbios emocionais como ansiedade e depressão. Isso reforça a importância de cuidar da saúde mental e emocional da mulher e a intimidade do casal pode ser uma aliada poderosa nesse cuidado.
A intimidade construída durante a gravidez não termina com o parto. Ela pode ser a base para uma nova fase do relacionamento, mais madura, mais profunda, mais verdadeira.
Porque quando o casal aprende a se conectar mesmo nos dias difíceis, cria uma ponte que resiste ao tempo, às noites mal dormidas e às fraldas acumuladas.
Em resumo: a sexualidade na gravidez não precisa ser interrompida — ela pode ser transformada. E essa transformação pode ser linda, se for vivida com presença, afeto e escuta. No fim das contas, o que mantém a chama acesa não é o sexo em si, mas o vínculo que se constrói todos os dias.
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source https://boaforma.abril.com.br/coluna/sexualidade-positiva/intimidade-na-gravidez/
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