Já ouviu por aí que treinar em jejum ajuda a queimar mais gordura? Pois é, essa prática, que pode não ser uma boa ideia para todo mundo, já foi investigada por pesquisadores e os resultados mostraram que não é bem assim como muitos imaginam.
“A estratégia envolve a possibilidade de catabolismo muscular, quando o corpo, sem nutrientes suficientes, começa a usar a musculatura como fonte de energia“, conta Priscilla Martins, mestre em Endocrinologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Um estudo divulgado em 2016 no Journal of The International Society of Sports Nutrition apontou que se exercitar em jejum pode elevar a oxidação de gordura, mas o efeito na perda de peso geral pode ser semelhante ao treinamento em estado alimentado quando o déficit calórico é controlado.
“Na literatura científica, não há evidências robustas que indiquem que treinar em jejum seja mais eficaz para a perda de gordura visceral ou subcutânea especificamente”, destaca Stefan Gleissner, personal trainer e coordenador de musculação na Bodytech Eldorado.
Quais os riscos do treino em jejum?
É importante destacar que treinar em jejum pode trazer impactos negativos ao desempenho físico, levando à fadiga precoce e a diminuição da resistência e da força. A longo prazo, isso pode comprometer significativamente os resultados.
Um estudo da Sports Medicine mostrou que o treinamento em jejum pode reduzir o desempenho em atividades de resistência e força, principalmente em exercícios com duração superior a 60 minutos.
“Os riscos incluem a possibilidade de queda de desempenho, fadiga precoce, tonturas, perda de massa muscular e hipoglicemia. A restrição energética prolongada é prejudicial à preservação de massa magra, fundamental no processo de emagrecimento e na manutenção da saúde”, lista Gleissner.
É preciso ficar alerta ao apresentar sintomas como sensação de desmaio, hipoglicemia, perda de foco, náusea, irritabilidade e dores de cabeça.
“É importante monitorar esses sinais, pois podem indicar risco de hipoglicemia ou sobrecarga do sistema nervoso, especialmente em indivíduos não acostumados a treinar em jejum”, pontua o profissional de Educação Física.
Pessoas com hipoglicemia ou diabetes descontrolado, indivíduos com doenças crônicas ou histórico de distúrbios alimentares, grávidas, lactantes, atletas de alta performance e crianças fazem parte do grupo que deve evitar o treino em jejum. Para quem é sedentário, a abordagem também não é recomendada.
“O acompanhamento de um médico ou nutricionista é fundamental para garantir a segurança da abordagem. A palavra-chave é a individualização”, finaliza Priscilla.
Acompanhe o nosso WhatsApp
Quer receber as últimas dicas e matérias incríveis de Boa Forma direto no seu celular? É só se inscrever aqui, no nosso canal no WhatsApp.+
source https://boaforma.abril.com.br/movimento/treinar-em-jejum-queima-mais-gordura/
Nenhum comentário:
Postar um comentário