Talvez essa seja uma das perguntas mais urgentes que podemos nos fazer. Muita gente adia a felicidade esperando que tudo esteja no lugar certo, na hora certa, do jeito certo.
Como se só fosse possível ser feliz quando os ponteiros se alinharem, as contas estiverem quitadas, o relacionamento estiver estável, o corpo for outro, ou quando todas as feridas estiverem finalmente curadas.
Mas… e se isso nunca acontecer? E se os trilhos da vida forem, na verdade, tortos por natureza? E se o “fora do plano” também fizer parte do plano maior? Será que a vida deixa de valer a pena quando as coisas saem do planejado?
A verdade é que ninguém tem a vida 100% nos eixos. Todos nós carregamos dúvidas, dores, vazios e inseguranças que às vezes se camuflam sob sorrisos e rotinas. Mas também carregamos beleza, potência, recomeços e esperança. E é nessa mistura imperfeita que a vida pulsa com mais verdade.
Esse fim de semana estive com a minha avó, que tem 92 anos. Conversamos e ela falou sobre o sofrimento de envelhecer: das dores físicas, das limitações, da tristeza de precisar que os outros cuidem dela.
Falou com honestidade e cansaço. E me doeu ouvi-la, porque o envelhecer tem mesmo suas várias dificuldades. E, ali, no meio daquela conversa tão real, tentei dizer a ela que a felicidade não precisa ser grandiosa. Que talvez ela more nos momentos simples.
Em um dia de sol, em uma lembrança boa, que mesmo quando as coisas não estão como a gente gostaria, ainda é possível encontrar pequenas alegrias, que talvez a felicidade esteja mais em poder viver a vida que a gente tem e não necessariamente em consertar tudo.
E essa conversa ficou comigo. Porque me lembrou de algo essencial: a felicidade não exige uma vida perfeita, exige disposição para encontrá-la no que ainda é possível.
Há quem viva décadas esperando o momento ideal. Há quem morra sem nunca ter se permitido sorrir no meio da bagunça. O medo de se machucar, de perder, de não dar certo, vai tentar te proteger, mas pode também te paralisar.
Mas não é preciso que tudo esteja resolvido para viver. É preciso viver para que, aos poucos, as coisas encontrem seus próprios lugares.
A seguir, deixo alguns questionamentos para te ajudar a abrir mão da ilusão de que a vida precisa estar nos trilhos para merecer ser vivida e para que o medo não te paralise mais:
- Que partes da minha vida já estão nos trilhos, mas eu insisto em ignorar porque estou focando só no que falta?
- O que eu deixei de viver por medo de me frustrar? E será que essa frustração já não está acontecendo justamente por eu não tentar?
- Quantas vezes eu já fui feliz sem perceber porque achava que ainda não era “o bastante”?
- O que eu posso escolher hoje, mesmo em meio ao caos, que me traga um pouco de sentido, leveza ou conexão?
- Que pequenos passos me aproximam de uma vida mais feliz, ainda que ela esteja longe de ser perfeita?
- Se a vida acabasse amanhã, o que eu gostaria de ter sentido, feito ou dito, mesmo com tudo ainda por resolver?
A vida não começa só depois que tudo se ajeita. Ela já começou! Você está nela agora, entre tropeços e descobertas, entre dias bons e outros nem tanto. E acredite: mesmo assim, ainda vale a pena ser vivida!
Não espere o medo passar para caminhar, vá com ele! Olhe para os trilhos desalinhados, respire fundo e siga mesmo assim. Não deixe o medo te tirar da felicidade. Porque ela não está no fim do caminho, ela está no modo como você escolhe caminhar.
E por mais que às vezes pareça difícil…a vida ainda tem jeito e ainda tem beleza, mesmo nos dias nublados.
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Oi, eu me chamo Priscila Conte Vieira, mas pode me chamar de Pri! Sou psicóloga, palestrante e mentora. Atuo na psicologia clínica, sou especialista em Psicologia Positiva, pós graduanda em Terapia Cognitivo Comportamental, master em autoconhecimento, coach de vida, practitioner em PNL e também criadora do Podcast Respira, não pira (que tal dar uma conferida lá no Spotify?!)
Estarei por aqui todas as semanas, abordando temas da Psicologia Positiva, felicidade, bem-estar e os auxiliando a serem as suas melhores versões, por meio do autoconhecimento e florescimento. Para saber mais sobre mim e me acompanhar no dia a dia, é só me seguir no Instagram! Estou por lá como @priscilaconte__. Te vejo no próximo Sábado! Até mais <3
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source https://boaforma.abril.com.br/coluna/priscila-conte-vieira/vida-vale-a-pena-ser-vivida/
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