quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Mobilidade: o treino que não parece, mas faz toda a diferença para evitar quedas e lesões

Com o passar dos anos, é comum associar o envelhecimento a perdas inevitáveis: menos força, menos equilíbrio, menos independência. E um dos pilares fundamentais para envelhecer com autonomia e segurança é a mobilidade, um tipo de “treino invisível” que muitas vezes passa despercebido, mas tem impacto direto na prevenção de quedas, lesões e limitações físicas.

Para Marcio Atalla, Embaixador da Relaxmedic, professor de educação física com especialização em treinamento de alto rendimento e, pós graduado em Nutrição, pela USP, ao contrário do que muita gente imagina, manter o corpo móvel não diz respeito apenas à flexibilidade ou ao alongamento.

Mobilidade envolve a capacidade de mover as articulações com controle, estabilidade e consciência corporal, permitindo ao corpo realizar movimentos naturais, amplos e coordenados. Trata-se de uma combinação entre força, equilíbrio, coordenação e flexibilidade , tudo o que vamos perdendo, se não for estimulado”, afirma Atalla.

A boa notícia é que a mobilidade é treinável em qualquer fase da vida. “E quanto antes começarmos, maiores as chances de mantermos nossa independência funcional na velhice”, alerta o especialista.

Atalla enfatiza que com o envelhecimento, há uma redução natural na massa muscular, na densidade óssea e na capacidade de reação do sistema nervoso. “Esses fatores aumentam o risco de quedas, uma das principais causas de hospitalização, perda de autonomia e até morte entre idosos”, explica.

O que pouca gente sabe é que uma queda não acontece “de repente”. Ela é, na maioria das vezes, o resultado de um corpo que foi se tornando menos estável, menos consciente do próprio movimento, menos preparado para reagir a um desequilíbrio. É aí que entra o treino de mobilidade: ele atua como uma espécie de “seguro” contra esse processo silencioso.

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“Movimentos simples, quando praticados com regularidade, ajudam a manter a amplitude das articulações, melhoram a postura e fortalecem os músculos estabilizadores , especialmente na região do core (abdômen e lombar), quadris, tornozelos e ombros. Esses grupos musculares são fundamentais para realizar tarefas diárias como agachar, levantar da cadeira, subir escadas ou até vestir uma roupa com equilíbrio”, indica.

Além disso, treinar mobilidade melhora a consciência corporal, ou seja, a capacidade de perceber onde o corpo está no espaço e como ele se movimenta. Isso é essencial para evitar tropeços, escorregões e movimentos descoordenados, que geralmente precedem uma queda.

Mobilidade, alongamento e estabilidade: qual a diferença?

Embora muitas vezes usados como sinônimos, esses conceitos têm funções diferentes dentro do corpo , e todos eles são importantes para manter a saúde motora.

  •          Alongamento é o ato de estender os músculos, melhorando a flexibilidade e prevenindo encurtamentos musculares.
  •          Mobilidade é a capacidade de mover uma articulação livremente, com controle e sem dor.
  •          Estabilidade é o que permite que essas articulações se mantenham firmes durante o movimento, protegendo contra lesões.
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Ou seja: alongar é importante, mas só alongar não garante que o corpo esteja preparado para se mover com segurança. É preciso desenvolver também o controle dos movimentos e o fortalecimento dos músculos responsáveis por estabilizar o corpo.

Como treinar mobilidade no dia a dia?

A mobilidade pode (e deve) ser inserida na rotina de maneira simples e prática.

Não exige equipamentos sofisticados nem grandes espaços. A chave está na consistência e na qualidade do movimento.

Alguns exemplos de práticas que promovem mobilidade:

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  •          Exercícios de rotação de ombros, pescoço e quadril;
  •          Agachamentos profundos com controle postural;
  •          Subidas e descidas de degraus de forma lenta e consciente;
  •          Treinos funcionais com foco em equilíbrio;
  •          Movimentos de flexão e extensão controlados, com apoio corporal;
  •          Alongamentos ativos, em que o corpo se move enquanto alonga.

“Atividades como yoga, pilates, e treinamento funcional são excelentes formas de integrar mobilidade, alongamento e estabilidade de maneira completa. E podem ser praticadas por pessoas de qualquer idade, desde que respeitados os limites e com orientação adequada”, indica Marcio Atalla, embaixador da Relaxmedic.

Envelhecer com liberdade de movimento é possível

Não há nada mais valioso do que poder se movimentar com liberdade. Caminhar até a padaria, subir um degrau, calçar o próprio sapato, dançar, brincar com os netos. Tudo isso depende do corpo estar apto a se mover , com fluidez, controle e segurança.

“Envelhecer com qualidade de vida é mais do que viver por mais tempo. É viver bem por mais tempo. E para isso, o treino de mobilidade deve ser encarado não como um detalhe, mas como uma parte essencial da manutenção da saúde. É invisível aos olhos, talvez não transforme o corpo esteticamente, mas faz toda a diferença na vida de quem quer viver com autonomia , aponta o especialista.

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“Começar hoje é o primeiro passo para garantir que, lá na frente, o corpo continue sendo um aliado , e não um obstáculo”, finaliza Marcio Atalla.

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source https://boaforma.abril.com.br/movimento/mobilidade-evitar-quedas-lesoes/

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