sábado, 4 de outubro de 2025

O que fazer ao acordar para ter saúde?

Logo ao abrir os olhos, muitos de nós temos o mesmo reflexo: estender a mão para o celular. Checar notificações, responder mensagens, atualizar-se das redes sociais… Parece inofensivo, mas será que realmente é?

Já parou para pensar no impacto que esse hábito pode ter na sua mente e no seu corpo? Afinal, o modo como começamos o dia influencia diretamente nossa energia, nosso humor e até nossa produtividade.

A neurociência explica: ao acordar, nosso cérebro ainda está em estado theta, uma frequência cerebral entre 4 e 8 Hz associada à criatividade, aprendizado e tranquilidade.

Quando exposto imediatamente a uma avalanche de informações digitais, o cérebro é “arrancado” desse estado e mergulhado em estresse.

Um estudo publicado na Journal of Behavioral Addictions (2019) mostrou que o uso precoce de dispositivos eletrônicos ao despertar está associado a níveis mais altos de ansiedade e dificuldade de concentração ao longo do dia.

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Esse choque matinal faz com que o corpo libere cortisol, o hormônio do estresse, antes mesmo de sair da cama. O resultado é que a pessoa se torna mais reativa, passa a ter lapsos de foco e sente que o dia “já começa corrido”. Pequenos sinais que parecem banais, mas que, somados, prejudicam a qualidade de vida.

Além disso, estudos mostram que pode levar horas para o cérebro recuperar-se do estresse induzido logo cedo. Isso significa que grande parte da sua manhã pode ser comprometida apenas porque você decidiu conferir notificações antes de escovar os dentes. É como se entregássemos a chave do nosso humor para o celular.

E quando falamos de trabalho? Será que essa rotina interfere apenas na vida pessoal ou também impacta o ambiente corporativo?

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De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABSONO), 72% dos brasileiros apresentam queixas de sono e, muitas vezes, o mau uso da tecnologia é apontado como fator agravante.

Se unirmos noites mal dormidas com um despertar já estressante, temos um cenário que contribui diretamente para queda de produtividade, maior risco de erros e até afastamentos por questões de saúde mental.

Imagine, então, como isso reverbera dentro das empresas: colaboradores mais cansados, ansiosos e desmotivados tendem a render menos e a sofrer mais com conflitos internos.

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Além disso, esse ciclo afeta a criatividade, o poder de decisão e até a segurança em áreas que exigem atenção redobrada. É por isso que cada vez mais organizações têm olhado para a saúde mental de forma estratégica.

Incentivar hábitos mais saudáveis – como acordar sem recorrer imediatamente ao celular – pode parecer simples, mas gera transformações profundas no bem-estar e no engajamento das equipes.

A forma como começamos nossos dias não é apenas uma escolha individual, mas um fator que reverbera em nossa saúde, nossas relações e até em nossa performance no trabalho. O celular, quando usado sem consciência, deixa de ser ferramenta e passa a
ser fonte de estresse e distração.

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BIANCA VILELA é autora do livro Respire, palestrante, mestre em fisiologia do exercício pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e produtora de conteúdo. Desenvolve programas de saúde em grandes empresas por todo o país há quase 20
anos. Na Boa Forma fala sobre saúde no trabalho, produtividade e mudança de hábitos. Não deixe de visitar o Instagram: @biancavilelaoficial

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source https://boaforma.abril.com.br/coluna/home-office-saudavel/o-que-fazer-ao-acordar-para-ter-saude/

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